vida e saúde

Desejos de fim de ano: menos presentes, mais presente


Sempre gostei muito mais de dar presentes do que de recebê-los. Confesso que sou um pouco frouxa com a dupla lá de casa em relação aos mimos comprados em lojas de brinquedos. Cedo à tentação consumista dos pequenos e já parcelei a perder de vistas "presentões" que estavam além do orçamento planejado.

Entendo bem os pais que ganham um salário mínimo e compram celulares acima do valor de seu próprio salário. Ao invés de criticar, compreendo o prazer de proporcionar algo para o filho que é um bem de consumo, que sacrificará o orçamento familiar e, até de certa forma, mas acessível para aquela família do que outros bens duráveis, como uma casa própria ou um carro. 

Mas, voltando ao meu caso, observava que quando dava o tal "presentão", o objeto perdia o encantamento em menos de uma semana ou durava, no máximo, um ou dois meses. Os canais infantis disseminam na mente sem filtro dos pequenos necessidades de consumo temporárias que esvaziam o bolso dos pais. São objetos de desejo que tem tempo curto de validade, aguçam olhares dos coleguinhas durante o "dia do brinquedo" da escola e acabam esquecidos em alguma caixa. No fim das contas, não vão para o lixo, mas serão repassados adiante naquelas faxinas de fim de ano. 

Foto: Pixabay (Divulgação)

Recordo que recebia muitos "presentinhos" da minha mãe durante a minha infância. Ficava esperando o dia que ela recebia o salário e lá íamos nós três (somos três irmãos) para a loja encantada de brinquedos que até hoje existe no Calçadão. Outro dia, perguntei para a minha mãe se ela gastava muito com os nossos mimos. A, agora, vovó presenteira relatou que não tem como comparar. Atualmente, os presentes pensam muito mais no orçamento familiar do que há 20 ou 30 anos.

Dicas para não ceder ao consumismo infantil

Lembrem, disse que adoro dar presentes, mas fico admirada com a falta de valorização do gesto e das mercadorias por parte dos filhos e da tendência a exagerar na quantidade ou no preço por parte dos pais. Parece que alguns pais tendem a suprir alguma culpa enchendo o quarto das crianças de presentes.

Para esse Natal, optamos por não exagerar na dose e dar lembranças que se encaixam no nosso orçamento. Desejo a todos os pais, me incluindo no grupo, que sejamos mais presentes na vida de nossos filhos. Isso significa, por exemplo, estar por inteiro em casa, dispostos a ouvi-los de verdade, a brincar sem se importar com o tempo, evitar parar tudo para atender o celular, responder uma mensagem ou simplesmente navegar num mundo virtual. Enfim, desejo menos presentes e mais presença familiar.

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